Sustentabilidade - entre projeto e realidade
13/6
Faltam 111 dias para 02/10. Hoje meu objetivo é estabelecer conexões entre tudo que trouxemos até o momento para tema “meio ambiente, economia e projeto de desenvolvimento”, dado que foram 8 vídeos com conteúdos densos e que retratam linhas de pensamento distintas e complexas.
Penso que o primeiro apontamento deve ser referente à linha hegemônica sobre a necessidade de promoção de um projeto de desenvolvimento sustentável, com metas claras até 2030, alinhando proteção ao meio ambiente em condição de economia de mercado. Por sustentabilidade, entende-se muito mais do que preservar/conservar o meio ambiente: 1. superação da pobreza; 2. superação da fome; 3. bem-estar para todos; 4. educação inclusiva; 5. Igualdade de gênero; 6. gestão sustentável das águas; 7. acesso a energia a todos; 8. crescimento econômico e emprego para todos; 9. industrialização sustentável; 10. redução da desigualdade; 11. cidades e assentamento humanos sustentáveis; 12. padrões de produção e consumo sustentáveis; 13. combate às mudanças climáticas; 14. conservação e uso sustentáveis dos oceanos; 15. uso sustentável dos ecossistemas terrestres; 16. acesso à justiça para todos e instituições eficazes; 17. parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Precisamos nos perguntar mesmo, qual a chance de, em 8 anos, termos esses objetivos alcançados. Esse tempo passa em um fechar de olhos. Estamos saindo de uma pandemia e em meio a uma guerra. Na realidade, a pobreza se ampliou enormemente e a insegurança alimentar é um problema grave no mundo. No Brasil, a situação é dramática: segundo dados do Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar estamos, em 2022, com 33 milhões de pessoas sem ter o que comer, em situação de fome. Em situação de insegurança alimentar (isto é, comem em um dia, mas não sabem se terão comida no dia seguinte) são 58,7%. O pleno acesso à alimentação é de apenas 4 em 10 brasileiros. Uma tragédia sem tamanho! Então, a agenda dos ODS está passando ao largo da ação dos atuais governantes do Brasil.
Se a proposta de desenvolvimento sustentável precisa encontrar meios de ser colocada na prática, o pensamento negacionista ser denunciado. Ele nega as evidências da ciência e, até mesmo, números de órgãos de governo que fazem monitoramento de indicadores sociais e de meio ambiente para defender interesses de grupos específicos, inclusive com riscos de retrocessos em políticas públicas. É um grupo que nem mesmo formalmente defende compromissos com a dignidade humana, com a paz, com a conservação do planeta, dentre outros.
Já o ecossocialismo faz uma crítica interessante à proposição dos ODS, em contexto de manutenção do capitalismo, e afirma que o alcance daqueles objetivos exige a superação desse modo de organizar a economia. Parece que a crítica dessa linha de pensamento deriva dos desafios que as democracias têm diante do futuro. Mas acho que a possibilidade de solução dessa linha de pensamento não tem como influir nas eleições de agora, pois apenas o PCO adota como bandeira o fim do capitalismo.
Amanhã continuamos buscando critérios para pensarmos esses temas nessas eleições. Boa noite!!!