Para pensar corrupção e os programas de governo
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Faltam 32 dias para 2/10 e são 118 dias de reflexão. A sociedade brasileira tem sofrido com o fenômeno da corrupção em muitos níveis. O primeiro, o mais óbvio, é o do desvio recursos públicos que deveriam ser utilizados para a realização do bem comum de todos nós. O segundo é representado pelo aprisionamento do Estado pelo interesse privado, seja na definição das leis, no funcionamento das instituições ou na execução das políticas públicas. O terceiro, e mais sério no meu ponto de vista, é o uso da corrupção como estratégia de deslegitimação do Estado pelo mercado ou como instrumento de disputa política.
Conforme apresentado nas postagens entre os dias 31/5 e 7/6/2022, defendo que viemos em um contexto de corrupção sistêmica em nossa sociedade. Isso significa que ao invés de produzirmos o bem-comum enquanto sociedade, uma pequena parcela encontra formas dentro ou fora da lei para ampliar seus ganhos desproporcionalmente à maioria. Nesse contexto, a corrupção de primeiro nível é somente a parte mais visível do problema.
E é apenas essa parte visível (ex. desvios de recursos e uso ilegal da máquina pública) que as instituições de controle, incluindo as investigações policiais e o judiciário, conseguem enfrentar com pequena eficiência, O enfrentamento dos dois outros níveis depende de um novo pacto na sociedade, em especial de sermos sérios em relação ao arcabouço legal existente ou mais leais nas relações e compromissos assumidos. Em linguagem mais simples, de jogarmos um jogo limpo.
Eu tinha feito um texto colocando a minha opinião sobre como cada candidato se comportou sobre o tema, mas resolvi partir o texto porque ficou enorme. Daí ficará para amanhã e deixo duas perguntas.
Como você viu os candidatos no debate em relação aos três níveis de corrupção? Eles fizerem um jogo limpo no debate?