Comunicação não-violenta
Faltam 105 dias para 02/10. Vamos hoje adiar para amanhã a continuidade de postagem sobre Forças Armadas, Polícia, Milícia e (des)armamento.
Tem uma passagem no livro da República, texto original, Livro I, p.26, que eu gosto demais. Sempre me ajuda a pensar a questão da validade do argumento. Primeiro me ensina a importância do bom debate. O grupo de filosofia debatia o tema da justiça. Apenas para sintetizar chegou um momento em que Trasímaco defende que a perfeita injustiça é mais útil que a perfeita justiça. E vai mais longe ao definir a justiça como perfeita ingenuidade e a injustiça como prudência. E para justificar Trasímaco afirma que os perfeitamente injustos teriam força para “submeterem à sua autoridade Estados e nações. Julga talvez que me refiro aos que tiram bolsas de dinheiro. É que também isso é proveitoso, se passar desapercebido.”
Quando avançam no debate e Sócrates demonstra a Trasímaco que ele está colocando a injustiça no rol das virtudes e a justiça no rol do vício e este último concorda, surge um ensinamento magnifico. Sócrates diz “não devemos evitar a prosseguir neste exame, enquanto eu supuser que dizes o que pensas (....) o que julgas ser verdade”.
Então, aprendendo com o mestre maior, penso que, no bom debate, precisamos construir a reflexão com e nos argumentos estruturados de forma o mais racional possível, sem que estejamos de forma consciente priorizando paixões, vaidades, interesses particularistas, dentre outros. E é esse o convite que estou fazendo neste espaço. Além da validade dos argumentos, também vou pedir que utilizemos de comunicação não violenta. Acredito que o sistema tem um potencial transformador.
Sugiro um vídeo bem curtinho:
https://www.youtube.com/watch?v=6pbpOV7_8RY
Sugiro também um texto, com áudio, do grupo Politize.
https://www.politize.com.br/comunicacao-nao-violenta/
Além disso, pelo Youtube, é possível acessar os 10 capítulos do livro do psicólogo Marshall Rosenberg, que criou o método nos anos 60. Uma hora por dia, durante 10 dias e uma transformação pode ser possível. Recomendo demais, especialmente nesse momento de muita crise em nosso país e que temos muitas oportunidades de perdemos a conexão com o nosso compromisso de “construir uma cultura da paz e um mundo mais justo” cerne da CNV.