Ataque presidencial à democracia

19/7

 Faltam 75 dias para 2/10. Tinha me preparado para hoje falar sobre bem comum, para depois começar a estruturar critérios para um voto racional, fundamentados em problemas nacionais e no funcionamento do campo de poder.

Mas ficará para amanhã. Hoje o tema será o absurdo do evento de ontem, em que o Presidente do país, candidato declarado à reeleição, atacou mais uma vez a lisura do sistema eleitoral brasileiro, as instituições democráticas (TSE), e autoridades que ocupam os mais importantes cargos do judiciário. De forma inédita para um presidente, expôs as Forças Armadas e o Itamaraty, trazendo instabilidade para vida nacional, com ataques a nossa democracia perante representantes de cerca de 40 nações.

 Para 43 procuradores da República, que trabalham com os direitos dos cidadãos, os acontecimentos justificam a abertura de investigação contra o Presidente. Segundo os signatários, Bolsonaro atacou com inverdades o “Poder Judiciário Eleitoral e a democracia brasileira, em clara campanha de desinformação, o que semeia a desconfiança em instituições públicas democráticas, bem como na imprensa livre”.

https://www1.folha.uol.com.br/.../procuradores-reagem-a...

 Agora é nossa vez de refletir. Minha intenção é manter a neutralidade partidária com argumentos que acredito poderem auxiliar eleitores de diferentes ideologias. Por exemplo, a reflexão sobre o campo de poder teve o objetivo de identificar a lógica de cada campo. Com isso, mostrar que a sociedade civil só se fará forte de tiver consciência de é este o único campo que tem de fato interesse/lógica de funcionamento voltado à construção do bem comum. Assim, não nos deixaremos iludir com narrativas feitas para nos encantar e, muito menos, com as querem nos ludibriar. Essas últimas são lodosas, são o avesso de tudo que conheço de bom no mundo. Penso que os acontecimentos de ontem estão entre essas últimas narrativas. Nenhuma autoridade eleita ou nomeada tem o direito de fazer o que bem entende em um cargo público. Primeiro têm as leis e as instituições democráticas que devem e podem agir.

Chegamos a um ponto em que não estamos falando de política, mas de legalidade e ética. Por isso, quando se chega a esse limite, nós da sociedade civil precisamos agir. E não devemos fazer pouco dessa necessidade de reação da população! Somente a certeza de que podemos agir coletivamente para frear qualquer tentativa de golpe sobre a nossa democracia, venha de onde vier, nos fortalecerá enquanto país. Isso vale para o Bolsonaro hoje, vale para o candidato Bolsonaro e vale para o futuro Presidente.

Sugiro que individualmente façamos pedido de investigação pelo link http://www.mpf.mp.br/servicos/sac e reforcemos o pedido dos procuradores federais. Seja um cidadão ativo, faça a sua parte!

MPF.MP.BR

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