Pacto para o enfrentamento da corrupção sistêmica
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Faltam 117 dias para 10/2. Hoje estamos finalizando a semana do tema Corrupção e Eleições. Ligamos o conceito de corrupção sistêmica com um jeito de agir, de pensar e de estruturar as relações entre estado (política, administração pública e justiça), mercado e sociedade.
Democracias que conseguem construir um pacto social de que relações devem, de verdade, ser leais, justas e aderentes à lei vão se aproximar de níveis adequados de bem comum, com controle também adequado de crimes de corrupção, em todas as possíveis modalidades. Por outro, o contexto das democracias particularistas, como é a brasileira, em que o pacto é formal, faz com que as relações sociais sejam, em maior ou menor grau, desleais, injustas e com frágil aderência à norma. Nessas democracias, teremos uma incapacidade de gerar o bem comum, porque as decisões serão de quem ocupa posições de maior poder (econômico, político, jurídico etc.) e elas, em maior ou menor grau, privilegiarão ganhos deles próprios ou de grupos específicos.
Vimos que a superação desse estágio de equilíbrio perverso depende de muitas coisas e é desafiador. Esse é um tema muito estudado nos últimos anos: como uma sociedade pode romper o desequilíbrio da corrupção sistêmica? Claro que, se fosse fácil, teríamos no mundo mais países universalistas e comprometidos de fato com um nível adequado de bem comum, ao invés de um número variar que pode entre 10 a 15% dos países existentes, dependendo dos critérios que utilizarmos. São poucos, muito poucos, e nós não estamos entre eles.
Sobre a resistência ao risco do impacto da corrupção sistêmica nas próximas eleições, podemos elencar algumas sugestões para decidir sobre seu voto:
1. não aceitar o falseamento da realidade por meio de Fake News – denuncie e não vote em candidatos cujas campanhas utilizem esse tipo de estratégia;
2. votar em candidatos que tenham discursos/narrativas construtivas em relação às instituições democráticas – as instituições têm a qualidade e maturidade que conseguimos construir até agora. Existem estratégias que vão possibilitar entrarmos em um ciclo virtuoso e outras que vão alimentar crises institucionais. Fortaleçamos as que nos colocam no primeiro ciclo;
3. votar em candidatos que mostrem consciência e seriedade para começarmos um enfrentamento sério do problema da corrupção e não em quem aponta o dedo para o outro ou promete que irá eliminar os corruptos;
4. participar das discussões sobre esse tema nessas eleições, escreva sobre isso e provoquemos nossos candidatos a melhorem as suas reflexões sobre como podemos e devemos (re)agir juntos para transformarmos a nossa história. A Suécia levou 25 anos, se começarmos agora quem sabe ainda conseguimos ver um país realmente melhor!