O exemplo do país menos violento do mundo
24/6
Faltam 100 dias para 2/10. Hoje fiquei de pesquisar sobre a superação da violência em sociedades. Nada melhor do que saber um pouquinho do país menos violento do mundo: a Islândia.
https://pt.countryeconomy.com/demografia/indice-global-paz
Encontrei um relato na página da BBC de um estudante que afirma principalmente 2 fatores como os que tornam a violência tão pequena naquele país: igualdade e ação rápida ação da sociedade ao menor indício de crime. Ele afirma que uma pesquisa da Universidade do Missouri analisou o sistema de classes islandês e descobriu que somente 1,1% dos participantes do levantamento se descreviam como classe alta e apenas 1,5% como classe baixa. Os 97% restantes se identificaram como classe média, ou trabalhadora. Igualdade parece ser a base do índice tão elevado de segurança pública.
Mas eles também parecem ter controle sobre fatores que podem ampliar a violência. A população pode ter acesso a armas, mas passa por um rígido processo de avaliação. Já a polícia não anda armada. Os únicos agentes que podem portar armas de fogo são "Esquadrão Viking", que atua em poucas ocasiões.
Também é dito que existe na Islândia a tradição de denunciar os crimes diante de qualquer indício ou agir para freá-los logo no início, antes que a situação piore.
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/05/130527_islandia_crime_lk
Talvez esse nível de participação e responsabilização seja mesmo um diferencial para a segurança pública, e que pode andar junto com a solução de vários problemas. Gosto muito de lembrar que foi exatamente a Islândia em que, após a denúncia de que o então primeiro-ministro tinha uma empresa em paraíso fiscal, em questão de horas, ele foi obrigado a renunciar. Milhares de pessoas assinaram uma petição, para que ele deixasse o cargo. Entre seus pares, ele já não detinha autoridade/legitimidade para continuar no cargo, ainda que o fato não fosse uma ilegalidade. O que pesou foi o fato de ele não ter declarado a empresa em seu patrimônio, quando assumiu seu primeiro cargo.
Isso me faz pensar que o caminho para a solução de 3 dos nossos maiores problemas - desigualdade, violência, corrupção – talvez tenha a mesmo raiz e eles possam ser enfrentados ao mesmo tempo. Mas a pergunta mais importante é se a mudança pode se dar a partir de uma construção social comprometida com essa ideia. Eu acho que sim.