Alinhamento ideológico entre eleitor e partido: uma conversa importante

Jessé de Souza acabou de escrever um livro, cujo título é Pobre de Direita: a Vingança dos Bastardos. O título é difícil para mim; minha primeira reação foi dizer: não existe pobre de direita, existe pobre alienado. Vou ler o livro do Jesse e volto ao tema no futuro ,para comentar. Hoje, vou ficar na inspiração que o título me trouxe.

Movida por essa inquietação, encontrei uma publicação do G1,  fazendo uma distinção cirúrgica entre esquerda e direita, tendo em vista a posição dessas correntes frente ao problema da desigualdade social e a partir de consulta à Professora Flávia Loss:

 https://g1.globo.com/politica/video/direita-ou-extrema-direita-esquerda-ou-extrema-esquerda-entenda-as-diferencas-12741265.ghtml

Segundo o G1, para a professora,  a esquerda defende que as desigualdades foram criadas artificialmente pelas relações de poder e são negativas, devendo ser superadas pela ação do Estado. Para a direita, as desigualdades são positivas e devem ser superadas nas iniciativas e disputas individuais, a depender do mérito pessoal.

Será que seria possível uma pessoa em situação de pobreza e de vulnerabilidade social, falar conscientemente a frase que se segue, ? “A responsabilidade pela carência e falta de acesso a renda e a serviços básicos  em que vivo é minha, sou eu que não tenho mérito pessoal. Eu apoio a direita com convicção ideológica. Eu duvido.

Em um país como o Brasil, em que 50% dos mais pobres detêm apenas 1% da renda, se as pessoas refletirem nos reais posicionamentos políticos dos partidos, a direita não vai conseguir vencer eleições até o jogo de forças ficar bem mais justo.  Para aqueles que, independentemente de serem ricos ou pobres, desejam uma mudança na estrutura social, acho interessante conhecer a classificação dos partidos brasileiros elaborada pela folha de São Paulo, a partir da Metodologia GPS partidário, link: https://folha.com/zyu5vhbf .

Esquerda: PDT, PSB, PV, Rede, PCdoB, PT, PCB, PSOL, UP, PSTU (extremo)

Centro: Solidariedade, Avante, PSD, MDB, Mobiliza, Pode, PP, PMB, Agir

Direita:Republicanos, Cidadania, PSDB, União, DC, PRD, PRTB, PL e Novo ((extremo)

De acordo com essa metodologia, os partidos mais à esquerda no Brasil são UP e PSTU (seriam a extrema-esquerda brasileira) e, os mais à direita, PL e Novo (a extrema-direita brasileira).

 Será que parte considerável dos 50% mais pobres do Brasil vai mesmo votar em partidos que estão no extremo da direita no Brasil? Vejamos, o domingo nos dirá.

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