Meio ambiente, uma questão difícil

17/9/2022

 

Faltam 15 dias para 2/10 e são 133 dias de reflexão.

Vamos aos programas de governo e o compromisso com meio ambiente.

Lula – No Programa, o termo meio ambiente está citado 3 vezes. A primeira traz um compromisso de fortalecimento do Sistema Nacional do Meio Ambiente e da Funai e de todas as instituições que respondem pela matéria. Nas duas seguintes, define um compromisso com a competitividade da economia brasileira e traz a defesa do meio ambiente como variável que deve ser incorporada pelo processo produtivo, inclusive pela mineração. Em seus discursos, Lula estabelece uma ligação da questão climática com o risco do aumento da pobreza e afirma que a política dos governos do PT já deu certo uma vez e que as soluções estão na retomada do já feito.

 

Bolsonaro – O termo meio ambiente aparece 17 vezes: 6 na explanação geral da visão de futuro, o restante vem ao longo das diversas partes, estando mais concentradas na parte 3.5. sustentabilidade ambiental. É um plano cheio de tentativa de ficar politicamente correto, mas alguns problemas saltam aos olhos:

 

Exemplo 1: Além disso, a soberania de seu território deve ser fator importante nessa participação nas iniciativas internacionais sobre essa importante questão.

Esconde a forma irresponsável de colocar o Brasil no contexto internacional

 

Exemplo 2: Sabe-se que dependendo do tipo de parâmetro, do tipo de leitura de dados, das estatísticas utilizadas e da tecnologia de imagens adotadas, dentre outros fatores, os resultados podem ser extremamente díspares

Esconde a  intenção de continuar questionando a ciência e os órgãos de controle ambiental do próprio governo, como vem fazendo ao longo desse tempo.

 Nos discursos, Bolsonaro combate a ciência, os órgãos nacionais de defesa do meio ambiente e os parceiros internacionais que pressionam o Brasil para cumprir os compromissos de sustentabilidade.

 

Ciro – a questão ambiental aparece como um objetivo do Plano Nacional de Desenvolvimento apresentado pelo candidato, com 3 focos: desmatamento, gases com efeito estufa e desenvolvimento sustentável. Nos discursos, foca em mudança da lógica produtiva da Amazônia e combate ao desmatamento ilegal.

 

 Tebet – O termo meio ambiente aparece no programa de governo da candidata 4 vezes, 3 para criticar as práticas em curso no país e o terceiro para dizer: “É preciso acabar com a falsa dicotomia que opõe meio ambiente e desenvolvimento. Em sua imensa maioria, o setor produtivo brasileiro – e o agro em particular – já produz com sustentabilidade e responsabilidade”.  Sustentabilidade e economia verde é um eixo do programa, trazendo como todos os demais candidatos a ideia de integrar desenvolvimento econômico e respostas aos desafios ambientais atuais. Nos discursos, a candidata não fala muito sobre a temática. Não abordou o tema no Jornal Nacional.

 Todos os candidatos fazem o jogo do “mais ou menos” e ninguém traz uma proposta corajosa de fazer um novo pacto com a sociedade e o setor produtivo para que possamos ter enfrentamento que a crise climática exige. Por isso a nota de todos é 1, com exceção do que não está sendo avaliado nesta etapa de classificação, Bolsonaro, porque foi eliminado no primeiro critério que era eliminatório.

Penso que o planeta pede socorro e nas eleições não conseguimos avançar nas discussões. Quem sabe agora que a Marina apoiou publicamente o candidato Lula, ela consegue contribuir para darmos ao tema a importância que ele merece?

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