
Sociedade civil
Uma luta para além
de eleições!
Vamos construir um
país melhor?
Esse blog tem o objetivo de contribuir no enfrentamento de grandes problemas estruturais do Brasil. Somos uma sociedade caracterizada por desigualdade social extrema, por violência e insegurança pública, por desrespeito ao meio ambiente, por corrupção sistêmica e insuficiência de capacidade institucional. Isso precisa mudar!

Reflexões recentes
O julgamento atual evidencia a tensão entre o cumprimento formal da lei e a instrumentalização da justiça por grupos de poder. Se é verdade que o sistema judiciário brasileiro responde aos ataques à ordem constitucional, também é fato que narrativas antagônicas entre grupos políticos, a ausência de debates apartidários consistentes e sinais de acordos de bastidor produzem percepções de seletividade e reforçam a polarização.
Uma frase na camisa do jovem que me atende atiça minha imaginação: “O sistema não é falho, ele é programado para o seu fracasso.”
Em 1940, diante da ameaça nazista, Churchill não apenas enfrentou Hitler — enfrentou o próprio Parlamento britânico. Parte dos parlamentares defendia um acordo de paz para “preservar vidas” e “evitar destruição”. Na prática, significaria ceder à lógica nazista e aceitar uma posição submissa ao arranjo extremista. Churchill enxergou o que estava em jogo: o futuro da civilização democrática. Por isso, contra todas as pressões e perigos, pronunciou as palavras que entraram para a história: “Lutaremos nas praias, lutaremos nas colinas, nunca nos renderemos.”
Oitenta e cinco anos depois, a civilização democrática está sob ameaça e não há clareza de como o risco será enfrentado.
Empoderado por emendas impositivas, o Congresso alça voa, mas tal como Ícaro, pode cair alimentado pela ilusão de que não precisa mais negociar. Já o Executivo, como Fênix, tenta renascer de seus próprios limites: abandona a estratégia da conciliação a qualquer custo e aposta em denúncia pública.
“Opinião pública não existe”, escreveu Pierre Bourdieu em 1973. Essa afirmativa deriva de três argumentos: pesquisas de opinião são enviesadas metodologicamente; a capacidade de reflexão necessária à formação de opinião não está ao alcance de todos; e grupos de interesse no campo de poder moldam o que conhecemos como “opinião pública”. A edição da Folha de São Paulo de 28/6/2025 ilustra bem o que é subliminar ao mais visível.
No horizonte, o desalento pode não ser o desfecho. O mal triunfa quando todos se calam. E o mundo talvez não se cale: jovens ocupam universidades pelo fim do genocídio em Gaza; mulheres palestinas resistem sob as bombas; grupos religiosos progressistas, incluindo judeus e cristãos, denunciam o extremismo e defendem a compaixão e a paz como caminho para a humanidade.
O orçamento público é campo de disputa. Em um ambiente de pouca transparência para a sociedade civil, interesses do mercado e da política institucional tendem a prevalecer — mesmo quando contrariam as necessidades da população.
Duas mulheres foram ao Senado nas últimas semanas. Marina Silva, dia 27/6, e Virgínia Fonseca, no dia 13/5. A forma como foram tratadas expõe muito mais do que posturas individuais dos senadores: revela disputas simbólicas profundas sobre os valores que estão sendo legitimados no espaço político.
O julgamento dos golpistas não está eliminando a ameaça. A extrema-direita brasileira segue mobilizada, agora com apoio explícito de Donald Trump e de seus colaboradores em cargos estratégicos nos Estados Unidos. A aliança entre Trump e Bolsonaro é mais que afinidade ideológica: representa a decadência de democracias que permitem o uso de instituições em nome de interesses pessoais e extremistas.