
Sociedade civil
Uma luta para além
de eleições!
Vamos construir um
país melhor?
Esse blog tem o objetivo de contribuir no enfrentamento de grandes problemas estruturais do Brasil. Somos uma sociedade caracterizada por desigualdade social extrema, por violência e insegurança pública, por desrespeito ao meio ambiente, por corrupção sistêmica e insuficiência de capacidade institucional. Isso precisa mudar!

Reflexões recentes
No horizonte, o desalento pode não ser o desfecho. O mal triunfa quando todos se calam. E o mundo talvez não se cale: jovens ocupam universidades pelo fim do genocídio em Gaza; mulheres palestinas resistem sob as bombas; grupos religiosos progressistas, incluindo judeus e cristãos, denunciam o extremismo e defendem a compaixão e a paz como caminho para a humanidade.
O orçamento público é campo de disputa. Em um ambiente de pouca transparência para a sociedade civil, interesses do mercado e da política institucional tendem a prevalecer — mesmo quando contrariam as necessidades da população.
Duas mulheres foram ao Senado nas últimas semanas. Marina Silva, dia 27/6, e Virgínia Fonseca, no dia 13/5. A forma como foram tratadas expõe muito mais do que posturas individuais dos senadores: revela disputas simbólicas profundas sobre os valores que estão sendo legitimados no espaço político.
A frase “É a economia, estúpido!” foi cunhada por James Carville, para destacar o peso da economia nas eleições. Porém, talvez seja hora de atualizá-la. O planeta está no seu limite, sem que a lógica do lucro ceda espaço nos processos decisórios. Sem meio ambiente, não há economia. É estupidez!
Influenciar nos debates na arena pública exige compreender o básico sobre orçamento público (…) O momento agora é da LDO. Trata-se instrumento estratégico de disputa por recursos públicos e controle estatal e social. Mesmo com essa importância, permanece invisível para grande parte da população!
O recente escândalo no INSS expõe, mais uma vez, a face cruel da corrupção sistêmica que assola a nossa democracia. As fraudes revelam, além do golpe bilionário contra uma população fragilizada, o funcionamento perverso de regras informais que coexistem com os dispositivos legais e são amplamente conhecidas por agentes públicos e privados. No imaginário coletivo, predomina a crença de que “é assim que as coisas funcionam”.
Publicada em 2020, em meio à pandemia, a encíclica Fratelli Tutti (Fraternidade e Amizade Social) reconhece que as democracias contemporâneas enfrentam uma crise estrutural: avanço de tendências autoritárias, captura do poder político por interesses privados, enfraquecimento da participação popular e fragmentação do tecido social.
A mensagem traz a urgência de enfrentamento da colonização das democracias pela lógica de mercado que esvazia o compromisso com os vulneráveis.
O futuro do projeto democrático no Brasil não se sustentará sobre o silêncio ou a ambiguidade. Ele dependerá da capacidade coletiva de dizer “não” às distorções que comprometem a justiça e a confiança social, venham de onde vierem. Nesse momento, o que está em jogo não é apenas o destino de uma ex-primeira-dama, mas o valor atribuído à democracia e à sua promessa de legitimidade.
“Opinião pública não existe”, escreveu Pierre Bourdieu em 1973. Essa afirmativa deriva de três argumentos: pesquisas de opinião são enviesadas metodologicamente; a capacidade de reflexão necessária à formação de opinião não está ao alcance de todos; e grupos de interesse no campo de poder moldam o que conhecemos como “opinião pública”. A edição da Folha de São Paulo de 28/6/2025 ilustra bem o que é subliminar ao mais visível.